Trump tenta impedir publicação de polêmico livro sobre seu governo

presidente americano, Donald Trump, mobilizou nesta quinta-feira (4) seus advogados para impedir a publicação de um livro sobre o seu primeiro ano na Casa Branca, e que motivou o dramático rompimento público com o ex-estrategista-chefe da Casa Branca, Steve Bannon, em meio a um escândalo.

Em nome de Trump, um escritório de advocacia enviou uma carta de 11 páginas ao autor e ao editor do livro "Fire and Fury: Inside the Trump White House" ('Fogo e Fúria: Dentro da Casa Branca de Trump', numa tradução livre), solicitando a suspensão da publicação e distribuição do volume.

A obra deveria chegar ao mercado na semana que vem, mas por conta deste escândalo já é o livro com maior volume de compra antecipada no site da Amazon.

O livro, que já teve trechos divulgados, se baseia em cerca de 200 entrevistas com funcionários oficiais e mostra uma Casa Branca imersa em uma caótica e permanente guerra interna ao longo do ano passado.

Na carta, os advogados do presidente afirmam que "o senhor Trump exige que seja interrompida e evitem qualquer publicação, divulgação, ou distribuição do livro" e, além disso, pede que os responsáveis publiquem "uma retratação plena e completa, bem como um pedido de desculpas".

"Por favor, também envie imediatamente uma cópia eletrônica do livro (...) e via mensageiro uma cópia do livro físico a este escritório para que possamos avaliar adequadamente as declarações contidas", acrescentaram os advogados do presidente ao editor.

No entanto, o autor do livro, Michael Wolff, publicou nesta quinta um longo artigo na edição eletrônica da Hollywood Reporter, que já no título deixa clara a sua opinião sobre o que viu: "My year inside Trump's insane White House" ('Meu ano dentro da insana Casa Branca de Trump', em tradução livre).

Segundo Wolff, a filha de Trump e seu marido, Ivanka Trump e Jared Kushner, são os que realmente têm as rédeas da Casa Branca, e são os responsáveis pelas renúncias de Bannon e do primeiro chefe de Gabinete, Reince Priebus.

O artigo descreve Trump com um homem incapaz de controlar a Casa Branca, que se repete constantemente para desespero de seus familiares e tem dificuldades de reconhecer seus próprios velhos amigos.

Bannon, chamado ao silêncio

A divulgação, na quarta-feira (3), de trechos do livro provocou um rompimento público de Trump com o polêmico Bannon, que foi um dos coordenadores de sua campanha eleitoral e durante pouco mais de seis meses foi o estrategista-chefe da Casa Branca.

Bannon, que renunciou ao cargo em agosto, fez declarações explosivas a Wolff.

Em particular, afirma que o filho mais velho de Donald Trump, Donald Trump Jr, cometeu "traição" por seus contatos com pessoas próximas à Rússia durante a campanha e seus negócios obscuros, denúncias que levaram a uma explosão de raiva do presidente.


Em uma furiosa nota oficial, Trump afirmou, também na quarta, que Bannon havia perdido o juízo desde que foi demitido da Casa Branca por vazar "notícias falsas" à imprensa.

Advogados do presidente também enviaram uma notificação legal a Bannon para alertá-lo de que poderia enfrentar um processo criminal por violar um acordo de confidencialidade depois de deixar de trabalhar na Casa Branca.

Um 'grande homem'

Um 'grande homem'

Um 'grande homem'

Nesta quinta, Bannon buscou amenizar a tensão com seu ex-chefe e, em uma entrevista de rádio, disse que Trump é "um grande homem".

"Eu o apoio incansavelmente, seja em viagem pelo país (...), na rádio, ou na Internet", declarou à rádio Sirius XM.

Para conter os vazamentos, a Casa Branca anunciou que a partir desta quinta-feira será proibido o uso de celulares pessoais na Ala Oeste, área operacional da Presidência e centro do poder dos Estados Unidos.

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